Os chavistas tomaram uma avenida na capital Caracas entoando o lema “paz e soberania” da Venezuela. (Foto: Reprodução/TV)
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, discursou na tarde deste sábado (23), na cidade de Caracas, para apoiadores. Em seu discurso, Maduro afirmou que opositores que tentam entrar com ajuda humanitária são traidores.
“Minha vida é consagrada totalmente à defesa da pátria, em qualquer circunstância. Nunca me dobrarei, sempre defenderei a minha pátria com a minha vida, se necessário for. É uma ordem que dou ao povo, aos militares patriotas, a todas as forças armadas bolivarianas. Se vocês amanhecerem um dia com a notícia de que fizeram algo com Nicolás Maduro, saiam às ruas”, afirmou Maduro.
Maduro exaltou a importância da defesa das fronteiras, citando o fechamento como a mais importante ação em 200 anos. Conclamando o povo, alertou que não é tempo de traição e atacou o presidente autoproclamado, Juan Guaidó, desafiando que ele convoque eleições.
Também criticou o show na fronteira e toda a ação dos Estados Unidos. “Ajuda humanitária? A quem Donald Trump ajudou na vida dele?”, afirmou.
Acusou os EUA de tramar golpes para interferir no poder da Venezuela. Diz que agora um pequeno grupo sequestrou os rumos da oposição.
“Eles não têm vontade própria. O que aconteceria com a Venezuela se caísse na mão dessa gente?”, disse. “Minha vida está consagrada à defesa da pátria. Em qualquer circunstância. (…) A ordem que dou ao povo e aos militares patriotas: se algum dia vocês amanhecerem com a notícia de que fizeram algo contra Maduro, saiam às ruas”.
Fechamento de fronteira
A fronteira da Venezuela com o Brasil foi fechada na noite desta quinta-feira (21), após Nicolás Maduro determinar o bloqueio por tempo indeterminado.
Grupos de venezuelanos que cruzaram a fronteira antes das 20h (horário local, 21h em Brasília) foram informados pela Guarda Venezuelana de que não poderiam retornar após o horário definido por Maduro.
O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, e o presidente da Colômbia, Iván Duque, defenderam na manhã deste sábado que a Venezuela aceite ajuda externa. Depois de pronunciamento na cidade de Cúcuta, na Colômbia, Guaidó partiu em direção ao país acompanhando comboio com mantimentos para tentar furar o bloqueio de Maduro.
A oposição marcou para este sábado o dia “D” para recebimento de doações de outros países, mas esse apoio é rejeitado pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Há protestos acontecendo nas fronteiras entre o Brasil e a Venezuela e entre a Colômbia e a Venezuela — onde há pelo menos um ferido. O governo venezuelano fechou as fronteiras com os países na quinta (21) e sexta (22).
Protestos
Na manhã deste sábado, manifestantes protestam contra policiais na cidade venezuelana de Ureña, na fronteira entre a Venezuela e a Colômbia. Eles incendiaram um ônibus e atiraram pedras contra forças de segurança, que revidaram com gás lacrimogêneo. Segundo a agência de notícias EFE, há pelo menos um ferido.
Também houve embates entre líderes indígenas e militares venezuelanos na manhã de sexta (22) em Kumarakapay, na Venezuela, a cerca de 80 km da fronteira com o Brasil. Segundo informações dadas por líderes indígenas e parentes de vítimas à agência de notícias Reuters, uma pessoa morreu e outras ficaram feridas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário